Meu lindo dia

Estava dando um tempo na escrita de posts, sim. Queria não ter que escrever aqui um texto negativo,  que deixasse as almas dos leitores pesadas depois de ler, mas me recuso a abandonar o blog e fazer o que eu mais detesto em blogs alheios, a não-atualização; o sumiço sem explicações. Pois bem, vou contar um pouquinho da visão que tenho do mundo ao meu redor.

Chuva. Acordo e apesar do tempo estar bem nublado e úmido, sinto muito calor. Desço as escadas numa preguiça do tamanho do mundo, que horas são? 14:40.

Depois de almoçar, me vestir e dar comida pro pobre cachorro, tão sozinho naquele quintal, me obrigo a sair de casa para fazer algo de útil. Quanto tempo tenho até o comércio fechar? Quase nada. Entre uma hora e uma hora e meia. Pego o meu carro, e vou circulando pelas ruas semi-vazias do bairro residencial, que tem as ruas encharcadas e cheias de buraco por todos os lados. Pego a grande avenida cheia de desvios por conta de obras da prefeitura e vendo o semáforo verde, avanço para virar à direita. Susto! Quase bato o carro com um maluco de um motoqueiro que furava o sinal. Poucos minutos depois, em outro semáforo, mais um maluco furando o sinal e quase batendo comigo e com outro motorista na faixa ao lado. Indignação. Tento não desejar que ele se espatife contra o primeiro poste e morra, prefiro aliviar a mente pensando que depois desse susto o infeliz vai aprender. Mas no fundo sei que não aprende.

Depois de rodar muito pra achar uma vaga pra estacionar, finalmente chego na primeira loja e procuro o produto. Depois de esperar muito pelo atendente, descubro que não tem o produto na loja e eu não posso pedir sob encomenda. Me indicam outra loja. Ando mais 3 quarteirões na chuva, de guarda-chuva, com direito a molhar a barra da calça e suar ao mesmo tempo. Também não tem o produto. Me indicam a loja de onde acabei de vir. Dou um sorriso amarelo pra vendedora e rumo pro carro, que agora está a 6 quarteirões de distância. São 17:30 e todas as lojas já fechando, porque o horário comercial é até as 18:00 mas os donos não estão tomando conta, então os funcionários fecham as lojas mais cedo, os preguiçosos. Eles tem que ir pra casa mais cedo, sabe-se lá porque.

Volto frustrada pra minha casa tendo gastado muita gasolina, muita paciência no trânsito, toda encharcada e agora, pego mais congestionamento ainda na cidade, por causa do horário e do local aonde estava, bastante comercial. Mas nenhum produto nas mãos. Mais merdas no trânsito, mais confusão, mais gente furando sinal e não tendo a mínima educação de deixar a gente mudar de faixa, eu com a seta ligada e tudo…

Chego em casa e já está escuro,solto o cachorro pra gente brincar um pouquinho no quintal, afinal o coitado passou o dia sozinho no canil. Ele é desobediente, tenta cavar o quintal, me pula, me morde (mesmo depois de treinador duas vezes por semana), me enche o saco, derruba meus enfeites no quintal e acabo por trancar ele novamente.

Frustrada, suja e úmida, vou pro banho lavar a alma. Meu marido chega em casa e faz um comentário errado na hora errada. Acabo por brigar com ele, chorar muito e vou dormir só as 06:00 da matina por conta da briga, preocupações e problemas. E no dia seguinte eu acordo de novo, 14:30 ou 15:00. Se repete o ciclo.

Dedicação

Aguentar família de marido é foh** mesmo! Fazemos de tudo pra agradar e ainda temos que presenciar cunhada dando pití, sogra na minha frente calada observando eu comer sozinha (vai cuidar da sua vida!) e marido reclamando que eu não estou gostando…. PÔ! Além de aguentar tudo caladinha ainda tenho que GOSTAR de estar fora da minha casa desconfortável, comendo comida que eu não gosto, sem poder ter nem um minuto de paz?

É nessas horas que eu vejo o quanto eu amo ele… Só muito amor e dedicação pra aguentar família esquisita!

No mais, estamos bem…

Sogrinha

Ai como é difícil a vida de casada… Ter que ficar uma semana na casa da sogra não é mole não, mas não posso reclamar, afinal ele tem que aguentar a minha mãe todo fim de semana e eu tenho que aguentar a dele só duas vezes por ano, no máximo três. Mesmo assim, mesmo ela sendo boazinha e a família toda simpática, é engraçado como a gente sempre se sente um estranho no ninho. Comer a comida que talvez eu não goste e fazer cara boa, fingir que tá tudo ótimo (não vou ser uma chata de reclamar de tudo) e ter vontade de ficar sozinha às vezes e nunca conseguir, vai fazer parte desses meus próximos dias.

O ser humano é mesmo muito engraçado. Quando é a família da gente a gente quer mesmo é ficar perto e não sair mais (pelo menos comigo é assim) mas a gente não consegue se sentir muito à vontade em outros núcleos. Sempre tem aquela formalidadezinha, aquele receio de não agradar, de parecer chata. Ainda mais eu, que tenho aquele resquício de timidez da  época de colégio, aquela em que todos os amiguinhos riam de você se você não estivesse usando a pulseira da moda ou fizesse qualquer coisa errada em público. Hoje com muita dificuldade consegui driblar essa timidez, há quem ache que sou extrovertidíssima, aí é que se enganam.  Vou ser bem piegas: Aqui dentro tem uma alma que sofre para poder se relacionar sem sentir vergonha… Tadinha de mim!

Agora vou lá enfrentar a sogra (e o sogro, os cunhados, os tios, primos….) com garra e força, me desejem boa sorte!

Bora viajar!